Tantos telefones, sem nenhum contato.

telefonesAbro a minha agenda.

São tantos números. Nomes. Fotografias.

Nenhum contato.

Eu reconheço os rostos e sorrisos. Os antigos amigos de outros tempos, as desilusões e amores do meu passado. Lembro até mesmo do dia em que entraram para aquela lista. Cada um deles e delas. Ainda assim, sou incapaz de dizer quando os escutei pela última vez. Quando dividimos os nossos medos. Quando os abracei em meus braços.

Sempre dizem “Nos vemos?”, mas nunca olham os meus olhos. Nunca olham para os lados. Sou um item colecionável. Entre tantas agendas, sou apenas uma janela fechada. Uma mensagem não respondida. Uma alma nunca visualizada.

Eu encaro a tela. Reconheço tantas pessoas de dedos hábeis, mas incapazes de encostarem em minha vida. De tocarem a minha alma. De beijarem os meus lábios.

Nunca tivemos tanto.

Nunca tivemos tão pouco.

Tantos telefones, sem nenhum contato.

14 comentários

  1. Fazia tempo que não passava por aqui… Muito bom, Mah! Realmente presenciamos muito disso na atualidade… Mas também há muita gente que não se deixa tocar…

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