E vira e mexe, eu te encontro. Eu te encontro na rua onde caminhávamos. Em um moletom velho que você esqueceu entre os meus. Em cada um dos casais que vejo dividindo os nossos planos pelos cafés da vida. Alguns, mais ousados, roubam até as nossas falas. As nossas músicas. O nosso jeito de esquecer o mundo nas tardes de domingo. Há quem diga que os amores não duram para sempre. Que toda bela história um dia encontrará seu fim. O seu esgotamento. Eu sempre me pergunto se quem diz estas tristezas não guarda pelo menos uma lembrança eterna. Destas que aparecem com um cheiro qualquer e nos lembram toda uma vida. Com um dos presentes esquecidos entre as gavetas do armário. Com a dedicatória daquele CD ou livro. Nela, você desejou que estivéssemos sempre juntos. De certa forma, estamos. Não me restam dúvidas. O nosso amor será eterno, mesmo que nas lembranças.