Os tons de laranja marcam o fim da tarde. Traçam os contornos do seu rosto, como um suave retrato em um céu de Monet. Impressionante. Impressionismo. Com o canto da boca ensaiando sorrisos, você encosta um café nos lábios. Não é qualquer café. É o seu café. Ali, eu poderia morrer. Longe de mim não desejar viver. Desejo. Longe de mim querer o meu fim. Não quero. Porém, ali, sinto ver tudo o que há para ser visto. Toda a beleza existente em todas as vidas. Vejo sonhos e memórias. O passado e futuro. Vejo a origem de tudo o que existe. O universo inteiro e a potência de Deus, bem ali. Diante dos olhos meus. Dentro dos olhos teus. A perfeita rebeldia dos fios de cabelo. A rebelde perfeição dos teus cílios. Vejo o fim e o começo. O começo e o fim. Por sorte, você toca o meu rosto. Volto para o realismo. Os tons de laranja marcam o fim da tarde. ‘Não existir sem você?’ Bobagem. Em você, eu existo.
Texto maravilhoso! 🙂
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