Em um quarto esfumaçado
emoldurado em lembranças
a menina tece calada
metros e metros de distância.
Revirando a consciência
olhos pregados na janela
os dedos dançando anseios
transcrevendo a saudade dela.
O computador manda notícia
conversa ela com a tela fria
faz de conta que ainda conta
segredos nos ouvidos da amiga.
Dizem que só quem tem saudade
sabe para que serve o tempo
a menina conta ansiosa
quanto falta pro grande momento.
O relógio tem hora, que parece que para,
o coração na garganta acelera.
To assistindo o céu da saudade
escrevendo com estrelas o nome dela.